O modelo de pedágio no Paraná apresentado pelo governo federal traz grandes preocupação porque prevê mais 15 praças de cobrança, tarifas ainda caras e longos prazos para execução de obras nas rodovias. Somente com a mobilização de lideranças políticas, da sociedade organizada e da população será possível evitar que o Paraná seja novamente prejudicado – afirma o deputado estadual Tercilio Turini.
Na reunião da Frente Parlamentar do Pedágio, hoje de manhã, Tercilio defendeu a aprovação urgente pela Assembleia Legislativa de leis que estabeleçam critérios para a concessão das rodovias. Ele citou: licitação pelo menor preço das tarifas, definição de obras imediatas de duplicações e contornos, proibição de participação de concessionárias envolvidas em práticas de corrupção e limitação de novas praças de pedágio.
O deputado também ressaltou que, além das consultas que devem ser agendadas pelo governo federal, a nova modelagem precisa ter como parâmetro as deliberações das audiências públicas que serão realizadas nas principais cidades do Paraná pela Frente Parlamentar da Assembleia Legislativa. “Não dá para aceitar o modelo apresentado. Os paranaenses têm o direito de ser ouvidos e de participar das decisões sobre as novas concessões”, destaca.
Tercilio Turini cobra a bancada de deputados federais e senadores. “Fiquei muito preocupado com elogios de alguns deputados a esse modelo nefasto e com o silêncio da maioria dos demais parlamentares. Parece que a proposta atende aos interesses da população. E é bem ao contrário: a modelagem apresentada pelo Ministério de Infra-Estrutura representa praticamente uma continuidade das atuais concessões, que em 24 anos prejudicaram o nosso estado, enriqueceram poucos e se tornaram um pesadelo para todos nós”, diz.
A proposta do governo federal é instalar mais 15 praças de cobrança, ampliando de 27 para 42. Além disso, as tarifas continuarão bem acima de preços razoáveis. “Os descontos apresentados são fantasiosos”, comenta. As obras não serão iniciadas nos primeiros anos de contrato, inclusive aquelas previstas nas atuais concessões e já pagas nos mais de 20 anos de tarifas lesivas.
Tercilio Turini chama atenção que setores da imprensa e da comunidade estão iludidos com os dados anunciados pelo estudo do governo federal. “É preciso analisar as informações com muita cautela e de forma crítica. O Ministério quer fazer contratos de 30 anos. Se o Paraná errar novamente, serão mais três décadas de sofrimento, de reclamações e de prejuízos aos paranaenses”, alerta o deputado estadual.
Na região de Londrina, por exemplo, estão programadas novas praças de cobrança na PR 445, entre Londrina e Mauá da Serra, e no município de Califórnia, entre Apucarana e Mauá, num trecho já duplicado. “É uma afronta ao Norte do Paraná, com mais tarifas que praticamente vão manter os mesmos valores de pedágio cobrados hoje”, diz Tercilio.
Atualmente, de Londrina a Curitiba custa em torno de R$ 57,00, com cinco praças. Na proposta do governo federal, com mais uma praça na PR 445, o custo será de cerca de R$ 50,00.