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Após pressão, Governo do PR libera descentralização de testes do Covid-19

Por Guilherme Marconi – Grupo Folha

No dia em que o número de casos confirmados do novo coronavírus dobrou em Londrina, de 12 para 24, o governo do Paraná anunciou que o laboratório da UEL (Universidade Estadual de Londrina) está liberado para realizar os testes para identificar a doença. A pressão para descentralizar o diagnóstico, que até então era feito apenas no Lacen (Laboratório Central do Estado do Paraná), em Curitiba, cresceu na última semana tanto por parte das secretarias municipais de saúde, prefeitos e deputados estaduais, como instituições da sociedade civil organizada e universidades públicas como as de Maringá, Ponta Grossa e Cascavel, que também passam a partir de agora a fornecer os exames. 

A capacidade de testagem da UEL é de 200 a 300 por dia e aproximadamente 10 mil por mês, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Para o deputado estadual Tercílio Turini (CDN), que é médico, a agilidade nos exames feitos na universidade, além de evitar a subnotificação de casos,  torna mais eficaz o tratamento de pacientes e ajuda na tomada de decisões. “Você orienta a conduta médica, facilita quem está na linha de frente e evita toda essa maratona do exame até a capital.” Turini disse que a demora de até 10 dias na notificação cria um trauma na equipe hospitalar. “Sem diagnóstico que descarte a doença, você acaba deixando pacientes com outras doenças ocupando leitos de UTI exclusivos de Covid-19, sem necessidade”.

O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, informou que para por em prática e viabilizar os testes pela UEL o município precisa da a aquisição dos kits pelo Ministério da Saúde, que os repassa para os Estados. “Essa descentralização irá nos colocar em outro cenário epidemiológico e será mais fácil para caminhar, no futuro, ao isolamento vertical”, disse Machado.

Já o prefeito Marcelo Belinati (PP) salientou que a agilidade nos resultados para o cororavírus aos pacientes da região muda completamente o protocolo. “Até agora adotamos o que o Ministério da Saúde preconiza, de aplicar nos casos de maior gravidade. Mas agora poderemos aplicar também em todos os sintomáticos, ou seja,  os pacientes com febre e tosse, isso nos dá um modelo próprio para tratamento, prevenção e também na retaguarda”, disse.  O Estado ainda continuará a fazer ao menos 300 testes de Londrina por semana pelo Lacen.

Também em entrevista à FOLHA, na segunda-feira (30), o reitor da UEL, Sérgio Carvalho, havia afirmado que a primeira leva precisaria de mil kits e sairia ao custo de aproximadamente R$ 76 mil. “Nós [universidades] temos os melhores laboratórios e profissionais altamente especializados para executar os trabalhos, mas somos subordinados ao poder público. Nós nos submetemos às diretrizes deles. Por isso, na UEL não temos os kits, assim como nenhuma outra universidade estadual tem”, explicou Carvalho. A Secretaria Estadual da Saúde não estipulou prazo para envio dos insumos.

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